19 de outubro de 2009
Vereador propõe tombar sotaque da Mooca como patrimônio histórico
Localizada na Mooca, a extinta Hospedaria dos Imigrantes recebeu as primeiras levas de italianos da cidade.
Autor do pedido para tombar o sotaque italiano da Mooca como patrimônio histórico da cidade de São Paulo, o vereador Juscelino Gadelha (PSDB) foi enfático e "mooquense" ao defender a proposta: “Esse sotaque é muito bonito, ceeerto? É único no mundo, bélô!”. Para ele, as peculiaridades da fala dos moradores da Mooca devem ser preservadas em gravações e transcrições, pois ajudam a compreender a história da imigração italiana na cidade.
O vereador, que já foi membro do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp), disse que a ideia surgiu após o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) reconhecer o acarajé e a voz do sambista Jamelão como bens imateriais do patrimônio histórico nacional. Segundo ele, a história dos italianos em São Paulo “não pode se perder” e justificou sua proposta dizendo que outras comunidades de imigrantes da cidade não têm um modo de falar tão peculiar. “Espanhóis, japoneses e bolivianos não têm um sotaque tão característico”.
Para Gadelha, o sotaque da Mooca originou o acento italiano em outros bairros tradicionais da cidade. De acordo com o vereador, “toda a italianada que chegou no porto de Santos foi primeiro para a Mooca. O Brás, por exemplo, é filho da Mooca.”. Morador do bairro, Juscelino Gadelha contou que as primeiras levas de italianos que chegaram ao local demoraram para aprender o português. Muitos tinham dificuldades para pronunciar a letra ‘s’ e, segundo ele, criaram um jeito de falar que se espalhou pela cidade. “Três pastel e um chopps é um exemplo engraçado desse estilo”, contou.
Além disso, o vereador apresentou um pedido para tombamento da tradicional Festa de San Gennaro, também na Mooca. De acordo com ele o bairro é um dos mais antigos da cidade e a “cultura italiana que surgiu no local tem que ser preservada”. Efusivo como seus antepassados italianos, Gadelha não esconde o orgulho com suas origens: “Eu sou da Mooca, meu. É da Mooca para o mundo!”.
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